As celebrações do Dia Internacional da Síndrome de Down (21 de março) sempre são marcadas com muita emoção no Congresso Nacional. A data foi proposta pela Associação Internacional da Síndrome de Down, em 2006, e este ano não foi diferente. O deputado Romário (PSB-RJ) participou, nesta quinta-feira (20) de sessão especial no Plenário do Senado Federal para homenagear esses bravos guerreiros e guerreiras.
Este é o quarto ano seguido que o Legislativo celebra a data. De uma forma ou de outra, toda a sociedade está mais consciente de suas responsabilidades sobre os direitos da pessoa com Down. “Com certeza não foram só a sociedade e o Estado que avançaram. As pessoas com Down estão ganhando, aos poucos, mais autonomia e respeito de todos”, disse Romário durante discurso.
O parlamentar citou o exemplo da senhora Olga Gum, da região serrada do Espírito Santo, que aos 77 anos gosta de cantar, dançar e rezar, além de tocar gaita. “Eles estão conquistando, pelo seu próprio esforço, espaços nas universidades e no mercado de trabalho. Não podemos mais ignorar isso”, completou.
O diretor do filme Colegas, Marcelo Galvão, o produtor Marçal Souza, os três protagonistas do filme, Ariel Goldenberg (Stallone), Rita Pokk (Aninha) e Breno Viola (Márcio), e outros profissionais da equipe de produção também estiveram presentes na homenagem.
Colegas é uma comédia que mostra três jovens amigos com Síndrome de Down, apaixonados por cinema, que resolvem fugir do instituto no qual viviam em busca de seus sonhos: Stalone quer ver o mar, Márcio quer voar e Aninha deseja casar. Eles partem do interior de São Paulo para Buenos Aires e envolvem-se em diversas situações inusitadas.
Ao fim de seu discurso, Romário lembrou sua filha, Ivy, e falou visivelmente emocionado o quanto mudou como pessoa após seu nascimento. “Minha filha me fez enxergar coisas que antes eu não enxergava. Ela me fez ser um homem melhor. Por mais que a gente faça alguma coisa por eles, nunca é o suficiente. Abro as portas da minha casa e do meu coração para lutar por todos vocês”, concluiu o “Baixinho”.
Exposição
Após a sessão especial, foi aberta oficialmente a exposição “Lucio, arteiro, artista, lúcido pintor”, de Lucio Piantino, jovem artista brasiliense com Síndrome de Down. A exposição já pode ser visitada no Salão Branco do Congresso, mais conhecido como ‘Chapelaria’, até sexta-feira (21).
CDH
A Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) do Senado discutiu, também nesta quinta-feira, os avanços e as falhas em políticas públicas destinadas a pessoas com Down. Entre os avanços, o que foi mais destacado foi o atendimento prestado pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Por sua vez, a educação ainda deixa muito a desejar.
A Síndrome
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a cada 800 partos, nasce uma criança com Síndrome de Down. No Brasil, estima-se que essa alteração genética seja registrada em cerca de oito mil bebês por ano, mas ainda é grande a dificuldade de acesso a informações, profissionais e aparatos necessários para o pleno desenvolvimento da criança nessa condição.