Eduardo Campos, candidato à Presidência da República pela Coligação Unidos pelo Brasil, disse em sabatina realizada nesta segunda-feira pelo portal G1 que é hora de o país superar o governo de coalizão, que se sustenta pela distribuição de cargos na máquina pública. “O Brasil precisa de um governo que una os brasileiros, que reúna os competentes”, afirmou.
Segundo Eduardo, a governança do presidencialismo de coalizão “esclerosou”, já não consegue compreender o Brasil real. É preciso uma renovação, declarou. “O Brasil tem uma agenda nova. E essa agenda só fica de pé se a força da sociedade indignada, da sociedade que quer mudança, se expressar para embalar esse novo momento brasileiro”. “Nós tivemos governos do PSDB e do PT nos últimos 12 anos. Eles fizeram pelo Brasil no seu tempo. Mas hoje eles não compreendem o país que eles mesmos ajudaram a mudar”, afirmou o ex-governador pernambucano.
Eduardo defendeu uma gestão que valorize os professores e proporcione mais qualidade na rede pública de ensino do Brasil. Para ele, o primeiro passo é valorizar a remuneração e planos de carreira, respeitando a lei do Piso Salarial Profissional Nacional. “O Piso Nacional é importante e somente cinco Estados pagam e cumprem. Pernambuco é um deles”, disse Eduardo.
A Lei do Piso Salarial Profissional Nacional (11.738/2008) regulamenta o piso salarial dos professores do magistério público da educação básica e os critérios de repasse de recursos. Com base na sua experiência como ex-governador de Pernambuco, um dos Estados que cumpre a lei na íntegra, Eduardo reitera seu compromisso com a educação no País. “Nos próximos quatro anos vamos valorizar o Piso Nacional e os professores do Brasil. Não podemos continuar com o desprestígio histórico dessa função.”
Na entrevista, o presidenciável apresentou outras propostas para recuperar a educação no Brasil, como a ampliação do acesso ao ensino médio em tempo integral e o Passe Livre. “Dá para concluir a implantação do ensino em tempo integral em quatro anos, antecipando a meta do PNE (Plano Nacional da Educação), que prevê um prazo de 10 anos”, disse o candidato.
“Nessa linha, vamos priorizar a universalização do ensino médio em uma expressão maior, no ensino fundamental I e II, pré e creches, para que as crianças tenham educação desde a primeira infância”, completou. Lembrou que seu governo em Pernambuco (janeiro de 1997 a abril de 2014) abriu vagas em escola integral no ensino médio em número superior a São Paulo, Minas Gerais e Rio somados.
Eduardo reafirmou seu compromisso com a implantação do Passe Livre. “Têm muitas pessoas que passaram pelo regime de cotas das universidades e estão deixando o estudo porque não têm condições de ir e vir, de se alimentar, de morar. Então você abre cem vagas e, no final do primeiro ano, encontra sessenta estudantes, quarenta foram perdidos”, declarou.
Afirmou ainda que a União assumirá a maior parte da responsabilidade pelo custeio do benefício. Os demais recursos serão angariados pelos governos estaduais (20%) e municipais (10%). Para isso, será instituído um fundo federal e serão destinados recursos para cobrir até 70% das despesas.