Presidente nacional do PSB, Eduardo Campos entregou formalmente o cargo de governador de Pernambuco na sexta-feira, 04/04, para dedicar-se à campanha presidencial. Diante de uma platéia estimada em 4 mil pessoas e visivelmente emocionado, o político socialista fez um breve balanço de seu governo e prometeu continuar cuidando do povo pernambucano, agora, em uma outra iniciativa. “Saio com a esperança revigorada. A esperança de um Brasil democrático; com educação de qualidade para todos; generoso com as diferenças; mais equilibrado regional e socialmente, que cuide do nosso maior patrimônio humano: um povo diversificado em sua expressão cultural e consciente do nosso patrimônio natural.”, afirmou. “Levo comigo antigas e sábias lições, transmitidas pelo meu avô, Miguel Arraes. Dele aprendi o essencial para a vida pública: a defesa da democracia, da soberania nacional, a crença na organização popular e o compromisso com os excluídos.”.
Em uma cerimônia marcada pela emoçāo e por forte simbolismo, Eduardo traçou um panorama histórico para reafirmar a importância desse momento como continuidade de uma luta travada por seu avô, cujo legado envolve nāo apenas o combate e a resistência à ditadura militar, mas também o esforço persistente e uma visāo estratégica para o desenvolvimento de Pernambuco e seu povo. “Há cinquenta anos, em 1º de abril de 1964, o Governador Miguel Arraes deixava este Palácio sob escolta militar, em direção à prisão e depois ao exílio, por se recusar a renunciar ao mandato que lhe fora outorgado pelo voto democrático dos pernambucanos.”, lembrou. “Arraes saiu pela porta da frente e por ela voltou mais duas vezes, nos braços do povo, que com alegria lhe devolveu o mandato que tentara lhe usurpar o arbítrio. Hoje, depois de dois mandatos, deixo o Palácio do Campo das Princesas pela mesma porta da frente, rumo a novas lutas a que me levam compromissos sociais, históricos e políticos.”.
No ano em que o Brasil relembra os 50 anos do golpe militar que levou o país a 21 anos de um período de exceçāo, a uniāo das trajetórias de neto e avô ganhou contornos ainda mais emblemáticos e foi lembrada também pelo governador Joāo Lyra Neto, entronizado no cargo por Eduardo Campos. “Nossa história começou muito antes de 2006. Começou há 55 anos, com Miguel Arraes e Joāo Lyra Filho, em 1959, quando Pernambuco pela primeira vez iniciou um processo de mudança”, disse Lyra, lembrando das eleiçōes dos dois políticos para a prefeitura. “Hoje estamos aqui, renovando os mesmos compromissos”. Joāo Lyra agradeceu a parceria com Eduardo Campos, enalteceu seu legado como governador e prometeu cumprir todos os compromissos assumidos com a populaçāo. “Você prometeu construir um novo Pernambuco e cumpriu. Eu vou continuar e cumprir todos os compromissos que assumimos em 2006”, afirmou.
PRESTÍGIO E RESPEITO – A despedida de Eduardo Campos foi acompanhada nāo apenas por servidores e secretários do governo, mas também por dirigentes e representantes dos outros Poderes. Estiveram no Palácio Campo das Princesas dirigentes do Judiciário, do Legislativo estadual, do Tribunal de Contas, do Ministério Público, de movimentos sociais e da Academia. A cerimônia foi prestigiada também por três ex-governadores do Estado – Joaquim Francisco, Roberto Magalhāes e o senador Jarbas Vasconcelos. Parlamentares da bancada federal e dirigentes do PSB, dirigentes da Rede Sustentabilidade e do PPS também estiveram no Recife. Familiares de Eduardo e Lyra participaram do ato.
Com palavras de gratidāo, o presidente nacional do PSB desejou a seu sucessor êxito na nova jornada e lembrou os avanços conquistados pelo Estado. Eduardo também agradeceu e reconheceu o empenho dos servidores do governo estadual. “Nosso Governo lega aos pernambucanos um Estado melhor para se viver. Renovou-se a autoestima coletiva; revitalizou-se a atividade econômica; reduziu-se a desigualdade social. Pernambuco cresceu a índices superiores aos do Nordeste e aos do Brasil, a partir de um modelo de gestão reconhecido nacional e internacionalmente e premiado pelas Nações Unidas.”, disse. “A atração de grandes empreendimentos industriais estruturadores abre para o Estado a inserção competitiva nos mercados internacionais, moldando um novo patamar para o futuro. Iniciativas no campo social, como o Pacto Pela Vida; os novos hospitais públicos e as UPA’s; a multiplicação das escolas públicas de referência; os investimentos nos transportes, no saneamento e no abastecimento d’água são marcas que ficam e justificam, neste momento, o sentimento – que é de todos – do compromisso cumprido.”, acrescentou.