O presidente Nacional do PSB, governador de Pernambuco, Eduardo Campos, afirmou nesta quinta-feira (10), durante o programa partidário que os socialistas levaram ao ar em cadeia nacional de rádio e televisão, que é preciso admitir que o caminho trilhado atualmente pelo Brasil “já deu o que tinha que dar”. “Cadê aquele país que alguns anos atrás despertou a atenção do mundo? Que deixou de ser devedor para ser credor e hoje voltou a ter receio da inflação? Que um dia levou um homem do povo ao poder e hoje sente que o poder não fala a língua do povo?”, questiona um locutor no início do programa, que teve a duração legal de dez minutos. “Será que estamos no caminho errado?”.
Condutor de todo o programa, Eduardo Campos respondeu ele mesmo aos questionamentos, assegurando que tem a certeza de que por tudo o que se fez e tudo o que aconteceu no país, não trilhamos o caminho errado. "Mas está na hora de dar um salto adiante, para crescer e evoluir de fato. Já demos provas do nosso valor, da nossa capacidade. Chega de governar se contentando em dizer que no passado já foi pior”, defendeu o líder socialista.
Segundo ele, no Brasil ainda se governa muito para o curto prazo, visando apenas os quatro anos de um governo ou as próximas eleições. “Enquanto for assim, tenho certeza de que vamos seguir perdendo muitas oportunidades. Precisamos trocar essa cultura imediatista do faz e refaz e pensar a longo prazo, planejar, fazer, enfim, transformar a realidade”.
O presidente Nacional do PSB também voltou a garantir, como fez nos cinco filmetes de 30 segundos que foram veiculados no rádio e na TV desde o dia 1º, que dá para fazer mais, melhor e benfeito. E citou o exemplo obtido por seu governo em Pernambuco, onde ele reduziu o índice de homicídios na região metropolitana de Recife em 57,95% desde sua primeira gestão, em 2006. No bairro mais violento da capital, o Santo Amaro, a queda no número de homicídios foi ainda maior no período: 72,66%.
O resultado vem se mantendo há seis anos e somente foi possível, revela Eduardo Campos, pelo diálogo estabelecido e a construção de um pacto do qual participam o Governo, o Judiciário e a própria população. É o programa Pacto pela Vida, que gerou 138 ações sociais permanentes na cidade e um prêmio das Organizações das Nações Unidas (ONU). “Fui eleito para governar o estado que tinha a capital mais violenta do país. Eu sei que dá pra fazer, construindo uma relação de confiança com a população, onde cada um faz a sua parte”, enfatizou Campos.
Durante todo o programa, ele reconhece o que já foi feito, porém, aponta que chegou a hora de ir além. “Tudo o que foi feito até aqui, teve o seu tempo e a sua necessidade. Quando vejo tudo o que o Brasil conseguiu fazer nos últimos 30 anos, eu vejo que avançamos: somos um país novo que amadureceu, conquistou a estabilidade, melhorou na Justiça social”, enumerou. “Mas agora é hora de reunir as boas ideias e as boas pessoas para fazer mais. Eu confio no Brasil e continuo vendo, todos os dias, provas do nosso valor. Eu sou Eduardo Campos, presidente Nacional do PSB”, finalizou.
Erundina e Marina –Só houve duas participações de outros políticos no programa – da Deputada Federal e ex-prefeita de São Paulo, Luiza Erundina (PSB-SP), e da ex-Senadora Marina Silva, da Rede Sustentabilidade, que se filiou ao PSB no último dia 05. Erundina ressaltou que é preciso valorizar a política e exigir que ela seja feita com ética, coerência e compromisso com o interesse público. “Sei que todos os partidos têm problemas, mas de uma coisa eu estou certa: o PSB tem procurado respeitar esses princípios, seja quando governa, seja quando representa o povo no Parlamento”, testemunhou Erundina. “Portanto, temos muito a fazer”.
Já de Marina Silva foram inseridas declarações marcantes de seu discurso na solenidade de filiação ao PSB, como a em que ela diz: “Nós somos o primeiro partido clandestino criado em plena democracia”, referindo-se ao fato da Rede Sustentabilidade ter tido seu registro negado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), mas estar agora recebendo o reconhecimento político do PSB, por meio da aliança programática firmada.
Marina também deixou claro qual é o seu sentimento com o gesto de buscar a aliança com Eduardo Campos. “Ele nos acolhe não para pleitear uma candidatura, mas para apresentarmos juntos um programa para a sociedade brasileira que seja capaz de fazer um realinhamento histórico e sepultar de vez a velha República”, destacou. “Nós não estamos pensando apenas num projeto de poder pelo poder. O nosso país já é gigante pela própria natureza e precisa agora se agigantar pela natureza das decisões que tomarmos”.
* Confira no link a íntegra do programa partidário do PSB exibido em 10/10/2013: