O ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França (PSB), anunciou que as companhias aéreas assumiram o compromisso de voltar a oferecer voos diretos para Cuba, Venezuela e países da África. Segundo França, a retomada de rotas aéreas para esses países está relacionada ao interesse comercial de vender produtos industrializados brasileiros para economias menos desenvolvidas.
“O presidente Lula pediu para que as empresas voltassem a voar para a América Central e Caribe e pudessem voltar a voar para África”, disse França. Segundo ele, os voos terão como destino as capitais Caracas, na Venezuela, e Havana, em Cuba. Para a África, haverá mais três voos, um para a África do Sul e outros dois para ao norte do continente, no litoral.
O ministro participou de audiência pública, nesta quarta-feira (26), nas comissões de Viação e Transportes e de Turismo. Na ocasião, França falou sobre o panorama da infraestrutura aeroportuária e as perspectivas da Pasta para os próximos anos.
“Acho que é uma notícia boa porque, quando o presidente Lula fala em voar para África, para a América Central, não tem um conteúdo ideológico, embora as pessoas queiram dar. Esse grupo de países é o que poderia eventualmente comprar nossos produtos industrializados. Não vamos vender produtos industrializados, possivelmente, para China ou Europa”, completou.
O ministro confirmou as tratativas para o programa de passagens aéreas por R$ 200 para pessoas de baixa renda, estudantes e aposentados que deve começar em agosto. O objetivo é democratizar o acesso a viagens de avião e ocupar os assentos ociosos da baixa temporada, que chegam a 21%.
Segundo ele, o presidente Lula definiu como prioridade no setor fazer a população voar mais. Latam, Gol e Azul já confirmaram que irão participar. “Apenas 10% dos CPFs voaram no último ano, é um número muito baixo em um país que tem 90 milhões de passagens anuais. É um compromisso do presidente Lula aumentar o número de brasileiros com acesso às viagens de avião”, disse. O programa não terá subsídio do governo.
França explicou que além da redução do preço de passagens, o compromisso firmado pelo governo também passa pela redução do custo Brasil, com a redução do preço dos combustíveis de aviação e a entrada de empresas low cost – companhias de baixo custo. “Temos que tentar reduzir o valor do combustível pelo menos no mesmo patamar da Europa e dos Estados Unidos”, acrescentou.
“Como o valor do combustível equivale a 40% [do preço] da passagem, se nós tivermos combustíveis mais baratos, evidentemente teríamos passagens mais baratas”, destacou o ministro aos parlamentares.
O ministro de Portos e Aeroportos admitiu o desafio do governo de mudar a política de preço dos combustíveis no país. “Uma das brigas, ou das nossas lutas, vai ser convencer, e não é fácil, a Petrobras”, disse ele.
Com informações de Valor Econômico e Liderança do PSB na Câmara