Quatro de cada dez mulheres diagnosticadas com câncer de mama no Brasil vão morrer da doença. Esse é um dos índices mais altos do mundo, o dobro do registrado na Europa. Um dos principais motivos é a descoberta tardia da doença e a dificuldade de acesso a novas terapias de tratamento.
Para alertar a população para a importância da prevenção desse tumor, que é o câncer mais comum em mulheres em todo o mundo, o Congresso Nacional se junta a monumentos em todo o mundo no Outubro Rosa e se ilumina de rosa durante todo este mês. Em Brasília, diversos prédios públicos, como a Catedral, o Ministério da Saúde e o Palácio do Planalto estão iluminados com a cor rosa.
A deputada Janete Capiberibe (PSB/AP) incentiva o autoexame e a procura das unidades de saúde para avaliações preventivas. “A chance de cura é muito maior quando diagnosticado cedo”, afirma.
Todas as mulheres entre 40 e 49 anos devem fazer anualmente o exame clínico das mamas. Entre os 50 e os 69 anos, é recomendado fazer a mamografia, a cada dois anos. As mulheres com histórico familiar de câncer na mama – as que têm mãe ou irmã com câncer de mama antes dos 50 anos; história familiar de câncer de mama bilateral, câncer de ovário ou câncer de mama masculino – devem iniciar o acompanhamento aos 35 anos, fazendo o exame uma vez por ano.
Janete lembra que o Governo do Amapá está instalando um novo mamógrafo para atendimento gratuito às mulheres.
Avanços – Para o vice-presidente da Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama, Luís Airton Santos, o Outubro Rosa já conseguiu grandes avanços, seja na conscientização da população, seja nas políticas públicas de tratamento, com a disponibilização pelo Sistema Único de Saúde (SUS) de novos tratamentos e remédios. O Congresso também tem contribuído com mudanças na lei.
"A lei de 60 dias [12732/12] é talvez a mais importante no momento. Inicia-se uma outra que é identificar por meio de programas de estudo de genética as mulheres com mais predisposição à doença. Isso facilitaria um destino melhor de ações com relação a esses grupos, que significam 15% das mulheres com câncer de mama."
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, diz que a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que cria o médico de carreira (34/11), que tramita no Senado, é fundamental para consolidar o programa Mais Médicos. “É importante contar com médicos de carreira, que trabalhem 40 horas no SUS e não tenham clínica particular”.
O Ministério da Saúde registra anualmente cerca de 52 mil novos casos de câncer de mama. Toda mulher tem garantido por lei o direito a fazer o exame de mamografia gratuitamente pelo SUS. Mas ainda é pequeno o número de brasileiras que fazem consultas preventivas anualmente. Entre as que vão ao médico, calcula-se que 29% não fazem o exame mesmo depois que ele é pedido pelo profissional. Isso faz com que a doença seja descoberta em fases em é mais difícil combatê-la.
Outubro Rosa – O nome remete à cor do laço que simboliza, mundialmente, a luta contra o câncer de mama e estimula a participação da população, empresas e instituições públicas. O movimento começou na década de 90 nos Estados Unidos, onde vários estados tinham ações isoladas de realização de mamografia e de detecção do câncer de mama no mês de outubro.
Promovido pela Secretaria da Mulher da Câmara, em parceria com a Procuradoria da Mulher do Senado, o Outubro Rosa deste ano começou com a abertura da Exposição Recomeço, da Associação de Mulheres Mastectomizadas de Brasília, no Senado. Em seguida, foi realizado o Ato de Iluminação, na rampa de acesso ao Palácio do Congresso Nacional, com o grupo feminino de percussão Batalá.