O julgamento final da presidente afastada Dilma Rousseff, acusada de ter cometido crime de responsabilidade, se iniciou nesta quinta-feira, dia 25, e deve seguir até a próxima quarta (31). O rito foi definido pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski.
Segundo o ministro, a expectativa é que o julgamento deva durar, no mínimo, quatro dias. Os dois primeiros dias serão dedicados à apresentação de questões de ordem e à oitiva das oito testemunhas arroladas. A acusação, que abriu mão de quatro nomes, vai apresentar apenas duas testemunhas, enquanto a defesa manteve as seis a que tem direito. Essa fase inicial de tomada de depoimentos deve seguir até a madrugada do próximo sábado (27).
Na segunda-feira da próxima semana (29) a expectativa é que seja realizada a oitiva da presidente afastada. Ela afirmou que vai comparecer ao Senado para se defender das acusações que constam no processo de impeachment. Dilma é acusada de ter cometido crime de responsabilidade ao atrasar, de forma proposital, o ressarcimento aos bancos públicos de pagamentos de programas sociais a bancos públicos com o intuito de maquiar as contas públicas.
A votação do processo de impeachment será nominal e deve acontecer também no dia 29 de agosto. Se pelo menos 54 dos 81 senadores votarem a favor do impedimento, Dilma será definitivamente afastada e ficará inelegível por oito anos a partir do fim de 2018. Ou seja, até 2026.
O PSB apoia firmemente o processo de impedimento da presidente Dilma Rousseff desde que a Executiva Nacional aprovou voto favorável ao afastamento da petista, durante reunião realizada em abril. “Na contramão de como deveria agir, a equipe governante e a própria mandatária dedicam-se, quase que exclusivamente, a promover os meios de se manterem no poder, inexistindo uma estratégia clara para o enfrentamento da crise mais grave de toda a nossa história republicana”, assinalou, na época, nota oficial emitida pelo partido.
Durante a votação sobre a admissibilidade do processo na Câmara, dos 32 parlamentares socialistas, 29 votaram a favor do prosseguimento do processo contra Dilma. No Senado, a ampla maioria da bancada se manifesta a favor da saída definitiva da presidente afastada. Na fase de pronúncia, quando o Senado aprovou parecer da comissão especial, cinco dos sete integrantes do PSB no Senado votaram a favor do relatório do senador Antônio Anastasia (PSDB): Antônio Carlos Valadares (SE), Fernando Bezerra Coelho (PE), Lúcia Vânia (GO), Roberto Rocha (MA) e Romário (RJ).