O deputado Júlio Delgado (MG), um dos representantes do PSB na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que vai investigar irregularidades na Petrobras, não esperou nem uma semana e já apresentou 22 requerimentos de convocação de envolvidos na investigação a prestar depoimentos na CPI.
O socialista também participou da CPMI da Petrobras instalada em 2014. Na oportunidade, Delgado foi um dos mais atuantes contra a blindagem do governo às investigações e na busca de esclarecimentos. Delgado acredita que os depoimentos podem ajudar na investigação da Polícia Federal. “Nosso desejo aqui é o de apurar, de ir a fundo e de trazer as pessoas para prestar esclarecimentos”, afirma o parlamentar.
Os requerimentos visam subsidiar a CPI com informações sobre irregularidades entre os anos de 2005 e 2015 relacionados a superfaturamentos, gestão temerária na construção de refinarias e constituição de empresas subsidiárias pela Petrobras com o fim de praticar atos ilícitos.
“Esperamos conseguir a aprovação dos requerimentos apresentados e ver se existe mesmo o desejo dessa investigação acontecer ou não. E isso nós vamos dizer claramente quando da votação e da aprovação de pedidos de convocação de determinados agentes envolvidos na Lava Jato”, completa Delgado.
Além de depoimentos na CPI, o parlamentar requereu acareações entre dirigentes da estatal e a transferência da quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico de Nestor Cerveró, realizada no processo que tramita na 13ª Vara Federal Criminal de Curitiba/PR e que apura os fatos investigados na Operação Lava Jato da Polícia Federal.
Veja a lista de requerimentos:
• Dalton dos Santos Avancini, diretor-presidente da Camargo Corrêa Construções e Participações S.A;
• Agenor Franklin Magalhães Medeiros, diretor-presidente da Área Internacional da Construtora OAS S.A;
• Erton Medeiros Fonseca, diretor-presidente da Divisão de Engenharia Industrial da Galvão Engenharia S.A;
• Gerson de Mello Almada, vice-presidente da Engevix Engenharia S.A;
• Osé Aldemário Pinheiro Filho, de apelido Leo Pinheiro, presidente da OAS;
• Sergio Cunha Mendes, diretor vice-presidente executivo da Mendes Júnior Trading Engenharia S.A;
• Fernando Antônio Falcão Soares, conhecido como Fernando Baiano;
• Nestor Cuñat Cerveró, ex-Diretor Financeiro da BR Distribuidora e ex-Diretor da Área Internacional da Petrobras;
• Aldemir Bendine, presidente da Petrobras;
• Pedro Barusco, ex-gerente Executivo da Diretoria de Serviços da Petrobras;
• Renato de Souza Duque, ex-diretor de serviços da Petrobras;
• Sergio Moro, Juiz da 13ª Vara Federal em Curitiba;
• Meire Bonfim da Silva Poza, ex-contadora do doleiro Alberto Youssef;
• Acareação de Renato de Souza Duque, Pedro José Barusco e Shinko Nakandakari;
• Alberto Youssef, preso na Operação Lava Jato;
• Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras;
• José Sergio de Oliveira Machado, ex-presidente da Transpetro;
• Acareação de Ari Teixeira de Oliveira Ariza e Meire Bonfim da Silva Poza;
• Ari Teixeira de Oliveira Ariza, corretor;
• Venina Velosa da Fonseca, ex-gerente da Diretoria de Abastecimento da Petrobras;
• João Vaccari Neto, tesoureiro do PT.
• Pedido de transferência da quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico do Sr. Nestor Cerveró realizada no processo que tramita na 13ª Vara Federal Criminal de Curitiba/PR.