A deputada Keiko Ota (PSB-SP) destacou na tribuna da Câmara, nesta quarta-feira (16), recente estudo divulgado pela Organização das Nações Unidas (ONU) que aponta o Brasil como responsável por 11% dos homicídios do mundo. “Isso significa que um em cada 10 homicídios registrados em 2012 ocorreu no nosso País. Mais de 50 mil mortes verificadas nesse período”, lamentou a parlamentar.
Além disso, Keiko destacou que no ranking das 30 cidades com maior índice de violência aparecem 11 municípios brasileiros. “A pesquisa aponta que 36% das 437 mil pessoas assassinadas em 2012 estão nas Américas, principalmente na Central e do Sul.
O Brasil, nesse quesito, só perde para Honduras, país mais violento no mundo, que tem taxa de 90,4 homicídios para cada 100 mil habitantes”, comparou ela lembrando que, de acordo com o estudo, 95% dos crimes nas Américas são praticados por homens, sendo 15% resultantes de violência doméstica e em 70% dos casos vítimas mulheres.
Diante destes números assustadores, Keiko Ota voltou a afirmar que ainda há muito a fazer se quisermos nos ver livres da criminalidade, da violência e da impunidade. “Precisamos de leis mais duras para coibir os crimes contra a vida”, alertou. A deputada disse ainda que, apesar de o Brasil ter uma das leis mais avançadas do mundo no que se refere à defesa das mulheres, a lei Maria da Penha, os números divulgados pela ONU sinalizam que é preciso colocar essa lei “efetivamente em prática”.
Em 2012, Keiko percorreu os principais Estados brasileiros para verificar a situação dos serviços públicos oferecidos à população feminina exposta a atos de violência. Foi vice-presidente da CPMI da Violência contra a Mulher quando, segundo ela, constatou exatamente o que aponta o relatório da ONU. “Nós, mulheres brasileiras continuamos vítimas da violência cometida pelos homens.
O pior é que a maior parte desses casos, infelizmente, ocorre dentro da própria casa, envolvendo maridos, namorados ou companheiros”, analisou.
A parlamentar alertou o poder público sobre a necessidade de atendimento às mulheres. “Se não encaramos esse problema de frente continuaremos perdendo essa batalha”, concluiu.