A deputada Keiko Ota (PSB-SP) reiterou, nesta quinta-feira (4), a necessidade de o Parlamento apoiar os projetos do Exército Brasileiro para garantir a segurança nas fronteiras nacionais. A socialista falou durante debate sobre a violência na fronteira entre Brasil, Paraguai e Bolívia, realizado pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania na Câmara dos Deputados.
O evento foi proposto devido à alta incidência de crimes violentos no Mato Grosso do Sul, motivados pelo tráfico de drogas, armas e outros produtos ilegais. Além do Delegado Cairo Costa Duarte, Chefe do Serviço de Inteligência Antidrogas do Departamento da Polícia Federal – DPF, e de Moisés Dionísio, Diretor de Combate ao Crime do Departamento da Polícia Rodoviária Federal – DPRF, participaram como convidados Odilon de Oliveira, Juiz Federal do Tribunal Regional Federal da 3ª Região, Edna Regina Batista Nunes da Cunha, Defensora Pública do Estado do Mato Grosso do Sul, e Lilian Regina Riveros Monteiro Salgado Silvestrini de Araújo, Representante do Movimento "Mães da Fronteira" de Campo Grande (MS).
“Meu mandato só fará sentido se conseguirmos reduzir a violência. Não descansarei enquanto não mudar essa realidade”, prometeu Keiko, comovida com o relato da representante do movimento Mães da Fronteira, Lilian Silvestrini de Araújo. A deputada lembrou que o papel dos parlamentares é dar voz a milhares de mães, pais e familiares que clamam por justiça, pelo fim da impunidade.
A socialista destacou que o Congresso Nacional deve contribuir e incentivar mais os projetos do exército brasileiro para as áreas de fronteiras. “Temos que acelerar, por exemplo, a implantação do Sisfron, Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras, que com certeza será de grande ajuda neste sentido”.
Desenvolvido pelo Exército, o Sistema envolve radares, sistemas de comunicação e veículos aéreos não tripulados. A previsão é de que o Sisfron ainda leve dez anos para ser totalmente implantado.
Keiko acredita que o número de crimes praticados nas grandes cidades também seja reflexo do que acontece nas fronteiras do país. “Tráfico de entorpecentes, contrabando, tudo isso chega aos centros urbanos, de forma que temos que cobrar das autoridades uma postura mais enérgica em relação ao controle de nossas fronteiras”.
A fronteira brasileira cobre 16.886 quilômetros, separando o Brasil de 11 países vizinhos, numa faixa que abrange dez Estados e 27% do território nacional. É a terceira maior área de fronteira terrestre do mundo, ficando atrás apenas de Rússia e China.