Após muita pressão da oposição, denúncias da imprensa, insatisfação de parlamentares, críticas de vários setores da sociedade e abertura de investigações de órgãos reguladores e do Judiciário, o governo federal recuou da decisão de transferir R$ 83,9 milhões em recursos do Bolsa Família para a Secretaria Especial de Comunicação da Presidência (Secom). A revogação da portaria do Ministério da Economia, assinada na semana passada, foi publicada nesta terça-feira (9), em edição extra do Diário Oficial da União.
O líder do PSB na Câmara, Alessandro Molon, classificou como “vitória” o recuo. “Depois de muita pressão da oposição e denúncias da imprensa, Bolsonaro recuou do escandaloso ‘contrabando fiscal’ que tirou R$ 83,9 milhões do Bolsa Família pra fazer propaganda!”, disse Molon em suas redes sociais.
O deputado apresentou, ainda na quinta-feira passada (4), o Projeto de Decreto Legislativo (PDL) nº 253/2020 para reverter essa transferência de verbas do Bolsa Família, um programa de combate à extrema pobreza, para a publicidade governamental.
O socialista destacou que com o valor realocado para ser utilizado em propagandas das ações da gestão bolsonarista seria possível comprar 1.263 respiradores hospitalares, custando R$ 66,4 mil cada, um dos preços que o governo federal em compras da Saúde. Também poderiam ser adquiridos 856.164 mil testes tipo RT-PCR para detectar a infecção pelo novo coronavírus em pacientes – a um preço unitário de R$ 98. Esses itens estão sendo essenciais no combate à pandemia no país e no mundo.
“De tudo o que nós não estamos precisando nesse momento é de propaganda de governo. Precisamos de apoio às famílias e de verbas para a saúde. De propaganda, basta!”, criticou.
Assessoria de Comunicação/PSB Nacional