O líder do PSB na Câmara, deputado federal Alessandro Molon (RJ) apresentou um projeto de lei para propor a criação de um museu destinado a contar e a preservar a história da escravidão e da consciência negra no Brasil. Segundo o deputado, o objetivo é conscientizar as atuais e futuras gerações sobre as causas e as consequências provocadas pelo comércio transatlântico de escravos, ocorrido em território nacional no período de 1535 a 1888.
Além disso, o Museu da Escravidão e da Consciência Negra, com a proposta de instalação na área portuária do Rio de Janeiro, irá mostrar os danos provocados pelo racismo no processo histórico e político do país.
Para Molon, a iniciativa propõe honrar e relembrar aqueles que sofreram e morreram nas mãos de um brutal sistema de escravidão que teve o Brasil como epicentro no mundo. A criação de museu destinado à memória da escravidão importa não apenas para a história brasileira, mas para a vida em sociedade e para a história mundial, como ferramenta para a construção de sociedades pacíficas, justas e inclusivas, livres do medo e da violência, destaca o deputado.
Molon destaca que, para avançar na reconciliação com o povo negro, é necessário afirmar dignidade das vítimas, reconhecer as violações e buscar preveni-las para que não se reproduzam novamente. “A criação do Museu da História da Escravidão e da Consciência Negra constitui-se como mecanismo potente de justiça de transição por encapsular princípios para a reconciliação, objetivo último de qualquer sociedade que tenha sido traumatizada por processos históricos de desumanização e violência em massa”.
A ideia é que o museu ganhe o status de internacional ao dialogar com experiências no exterior e interagir com “movimentos por verdade e justiça” do triângulo atlântico, traçado do comércio escravocata, cujo maior centro migratório de escravos foi a cidade do Rio de Janeiro.
De acordo com o Molon, a proposta converge com os preceitos da Unesco, que afirma que a ignorância e o encobrimento dos principais eventos históricos são obstáculos ao entendimento mútuo, à reconciliação e à cooperação entre os povos.
“Ao afirmar a necessidade de quebrar o silêncio sobre o comércio de escravos e a escravidão, que afetaram todos os continentes e causaram todas as convulsões que moldaram nossas sociedades modernas, há o reconhecimento de que a reconciliação depende do compromisso de assumir o passado e compreender o presente, para que seja possível construir o futuro”, afirma Molon.
Com informações da Liderança do PSB na Câmara