Em entrevista à Rádio Jovem Pan nesta sexta-feira (26), o ex-governador de São Paulo, Márcio França (PSB), criticou a ausência de medidas que, na sua avaliação, o governador João Doria deveria ter tomado para mitigar as consequências do avanço do coronavírus e as mortes no Estado, o mais afetado pela pandemia.
Nesta sexta-feira, São Paulo registrou recorde no número de mortes por coronavírus. Nas últimas 24 horas, 1.193 pessoas morreram por complicações provocadas pela doença em todo o Estado. Há três dias, São Paulo havia ultrapassado, pela primeira vez, a marca de mil mortes em um dia, com 1.021 óbitos. No total, foram perdidas 70 mil vidas.
“Se o centro da pandemia no mundo é o Brasil, o centro da pandemia no Brasil é São Paulo. Isso reflete um pouco a inexperiência e de uma certa briga política eleitoral visando 2022”, afirmou Márcio França.
Na avaliação dele, os governos estaduais e municipais devem destinar recursos para complementar o auxílio emergencial do governo federal. Para ter caixa, ele sugere a antecipação do pagamento de impostos, como IPTU e IPVA dos anos seguintes, mas com descontos para o contribuinte.
“Nós temos que evitar a fome. É necessário algum tipo de renda. A renda que tem hoje não dá, não é suficiente. Muitas pessoas não têm o que comer. Lá na frente vai faltar, mas o momento mais grave é agora”, defendeu.
O ex-governador de São Paulo disse ainda que o fechamento do aeroporto de Guarulhos/Cumbica, de onde vêm os voos internacionais, deveria ter ocorrido desde o início da pandemia. Ele defendeu, também, a vacinação de policiais e motoristas de ônibus e de aplicativos. “Fechava a entrada de Cumbica e fazia uma quarentena pra todo mundo que viesse de fora do país. Já teria diminuído muito”, disse.
Na entrevista, França atacou ainda a “inexperiência” de Doria e a tentativa do governador de obter bônus político sobre a pandemia. Ele criticou também a exclusão de professores universitários do grupo de docentes que será vacinado nos próximos dias.
França lembrou ainda dos cortes no orçamento da Ciência e Tecnologia propostos por Dória. Embora tente capitalizar a eficácia do imunizante CoronaVac, desenvolvido pelo Instituto Butantan, o tucano propôs, por três vezes, cortar investimentos da área durante a pandemia. As tentativas, no entanto, foram frustradas após pressão da comunidade científica.
“Ainda bem que temos o Butantan. Agora ele vai tentar manter a vida vinculada ao Butantan. Como ele agarrou no Bolsonaro, ele está agarrado no Butantan. Teve ‘Bolsodoria’, agora vai ter Tantandoria'”.
Assessoria de Comunicação/PSB nacional