A Negritude Socialista Brasileira – NSB – se prepara para participar da Rio+20, no sentido de fortalecer a luta histórica, sobre a relação entre a degradação ambiental e a vulnerabilidade social de segmentos étnicos. Teremos a oportunidade de defender um Desenvolvimento que garanta a junção do crescimento econômico, social e ambiental.
O desenvolvimento de uma nação depende da participação dos cidadãos e cidadãs nas decisões que, de uma forma ou de outra, influenciam nos bens que são da coletividade. Caso contrário, iremos continuar a conviver com políticas ou práticas que afetam e prejudicam, em vários níveis, voluntária ou involuntariamente, as pessoas, grupos ou comunidades por motivos de raça ou cor. A isso chamamos de “Racismo Ambiental”.
Falar em racismo ambiental é referirem-se às injustiças sociais e ambientais que recaem de forma contundente, sobre grupos étnicos e populações mais vulnerabilizadas.
Para que se possa combater este crime social faz-se mister que a Negritude seja entendida a partir do que verdadeiramente é, ou seja, que seja entendida pela sua corporeidade, pela sua intelectualidade, pela sua filosofia, pela sua relação com o ambiente, pelo seu intrínseco senso de humanidade, pela sua Totalidade dentre outras características. Faz-se mister que, igualmente, a discussão ambiental entenda-se a partir também de seu enfoque étinoco-racial.
A partir disso, a NSB articulará a discussão, nesta conferência, a partir deste viés , Racismo Ambiental, para abarcar o complexo e tão atual tema da sustentabilidade. Contemplados pelas discussões, em nível de Rio+20, emergirá, novamente, o clamor contínuo do povo negro socialista que percebe, na questão ambiental, um paradigma importante, em nossos dias, para se detectar, entender e postular políticas públicas para a população negra mundial. Tratar da questão racial, dentre outras tantas demandas que a sociedade moderna nos impõe, a partir de uma visão mais coletivizadora de humanidade é questão de coerência com o próprio Socialismo. Defendemos as causas mais viscerais e radicais da sociedade, pois socialistas somos.
Na Rio+20, o debate terá como tema os desafios implícitos nas relações de não inclusão, ambientalismo, de desenvolvimento socioeconômico sustentável e de racismo ambiental. Estes serão temas que ocuparão a pauta e os pensamentos dos participantes no objetivo de postular opções político-sociais para estas demandas que, a manter-se o “status quo”, permanece engessada enquanto possibilidade de “revolucionarmos” o cenário de inércia, em nível de mobilidade social, do Planeta no qual estamos inseridos.
Grandes interrogações como: “o racismo prejudica a realização do conceito básico de sustentabilidade, nos níveis social, econômico e ambiental? É possível efetivar uma política de desenvolvimento sustentável conjugada com a manutenção de situações de injustiça social e não inclusão para uma população que, segundo os dados do último Censo /IBGE (2010), se declara majoritariamente afrodescendente? Como os aspectos centrais da questão racial na sociedade brasileira impactam o grande desafio da sustentabilidade socioeconômica no século 21?” , serão objeto de produção de conhecimento e de encaminhamentos práticos a partir de uma cosmovisão também em nível étnico.
"Desde a Conferência de Durban (III Conferência Mundial contra o Racismo, a Xenofobia, a Discriminação Racial e Intolerância Racial – 2001) que se destacou, no plano de ação resultante do evento, a necessidade de os Estados considerarem medidas não-discriminatórias para oferecer um ambiente seguro aos indivíduos e membros de grupos que são vítimas ou estão sujeitos à discriminação racial e intolerância advinda disso"
Então, necessita-se melhorar o acesso à informação pública sobre saúde e questões ambientais e que tecnologias e práticas bem sucedidas na melhoria da saúde humana e do meio ambiente sejam partilhadas.