Oposição pede investigação de Bolsonaro por destinar R$ 1,3 milhão ao marketing de tratamento precoce

Especialistas afirmam que não existe esse tipo de tratamento e os medicamentos do “kit Covid”, defendidos por Bolsonaro, não têm eficácia comprovada.

“É um absurdo que o Governo Federal siga patrocinando campanhas publicitárias que incentivam o suposto tratamento precoce, prática amplamente contestada pelo meio científico, sem nenhum tipo de comprovação acerca da sua eficácia”, diz o texto.

Para a oposição é “inadmissível” o gasto com este tipo de publicidade, sobretudo neste momento de explosão de óbitos decorrentes da pandemia. O Brasil registrou nesta quarta um novo recorde de mortes por Covid-19: foram 3.950 registros, fechando o pior mês da pandemia com 66,8 mil óbitos. Isso é mais do que o dobro das mortes anotadas em julho de 2020, o segundo pior mês da pandemia com 32.912 vítimas da doença.

A média móvel de mortes no país nos últimos 7 dias chegou a 2.971, pior marca no índice pelo 6º dia consecutivo. Em comparação à média de 14 dias atrás, a variação foi de +42%, indicando tendência de alta nos óbitos pela doença. A média indica que o Brasil anotou pela 1ª vez mais de 20 mil óbitos em uma semana.

“É inadmissível que num momento em que milhares de pessoas estão morrendo pela proliferação do novo coronavírus, o Governo Federal utiliza milhões de reais para financiar publicidade com a finalidade ilegal”, criticam os partidos.

Os parlamentares pedem que o TCU investigue todas as circunstâncias relacionadas ao pagamento de ao menos R$ 85,9 mil de cachê dos 19 influenciadores.

O líder do PSB na Câmara, Danilo Cabral, e o líder da oposição na Câmara, deputado Alessandro Molon (PSB-RJ), assinaram o pedido juntamente com o líder da minoria na Câmara e os líderes do PDT, do PSOL, do PCB e da Rede Sustentabilidade.