Presidente Nacional do PSB e candidato à sucessão presidencial pela aliança do Partido com a Rede Sustentabilidade, que conta também com o apoio do PPS, PPL, PRP e PHS, Eduardo Campos, afirmou nesta quinta-feira (12) comungar das preocupações da Igreja Católica brasileira e afirmou que seu programa de governo trará propostas para responder à agenda colocada pela instituição. Acompanhado por sua candidata a vice, a ex-senadora Marina Silva, e pelo pré-candidato do PSB ao governo do Distrito Federal, senador Rodrigo Rollemberg, Eduardo participou de encontro com dirigentes da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), mais importante instituição da Igreja católica no Brasil. “Nós recebemos documentos que trazem reflexões importantes sobre o Brasil. As preocupações da CNBB vêm ao encontro do nosso programa de governo”, comentou.
Durante o encontro, os candidatos puderam conversar sobre temas como a reforma política, o saneamento básico, a reforma agrária, educação, saúde e outros; elencados em documentos oficiais da instituição. “A CNBB tem grande preocupação com a melhora da política e de que seja feita uma campanha limpa”, disse o presidenciável. “A CNBB não toma posição política, mas dialoga com todos os candidatos”, disse Dom Raymundo Damasceno, cardeal que preside a CNBB. “Nós queremos estimular um debate político de qualidade, para termos uma eleição séria e com voto consciente”, acrescentou. Segundo o cardeal, sua expectativa é que os candidatos discutam os problemas do país e as soluções, em vez de partirem para a agressão mútua. Também participaram da conversa Dom José Belisário, vice-presidente da CNBB, e Dom Leonardo Steiner, secretário-geral da instituição.
De passagem por Brasília no dia da abertura da Copa do Mundo, Eduardo Campos afirmou que as eleições de 2014 serão pautadas por uma agenda diferente da que conduziu o pleito de 2010 e garantiu que o país se unirá em torno da Seleção Brasileira de futebol. “A campanha eleitoral é o momento de discutirmos tudo. O que veremos é o debate em torno do fim de um ciclo, em que é preciso uma agenda para recolocar o país”, comentou. “Mas é preciso separar o que a é Seleção e o que é o governo”, frisou, avaliando a possibilidade de novos protestos. “Vamos torcer pelo Brasil”.
DECRETO QUESTIONÁVEL – Em conversa com jornalistas, o presidenciável criticou a publicação de um decreto que vincula decisões governamentais de interesse social à opinião de conselhos e outras instâncias e/ou fóruns de participação popular. Assinado pela presidente Dilma Rousseff, o decreto tem gerado reação no meio político, especialmente entre os partidos de oposição e outros setores do Congresso Nacional. "Doze anos de governo é um tempo bastante longo para só publicar esse decreto quatro meses antes da eleição. Esse decreto não tem nada a ver com que o governo pratica no dia a dia”, afirmou Eduardo. “Esse é um governo fechado, que não tem aberto as portas para o diálogo com a sociedade".
Questionado pela imprensa qual a posição oficial do Partido, Eduardo disse que o PSB está estudando o assunto. "Ainda estamos debatendo o decreto, fazendo uma análise aprofundada do decreto no partido para fazer um pronunciamento oficialmente sobre ele", disse Eduardo.