O presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, defendeu nesta segunda-feira (11), durante encontro com pré-candidatos em Teresina, uma intensa fiscalização do processo eleitoral de 2016.
Para o socialista, a existência de campanhas milionárias não é mais compatível com a nova realidade partidária. “Portanto, é uma tarefa muito importante para esta eleição prestar atenção nos gastos dos adversários, porque se o gasto (com a campanha) estiver muito grande ou é uso da máquina, ou é dinheiro ilegal ou é caixa dois”, afirmou.
Decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) proibiu empresas de doarem a candidatos e também a partidos.
O presidente nacional do PSB destacou também que a sigla conseguiu ser vitoriosa em outros processos eleitorais, mesmo enfrentando disparidades econômicas com seus adversários diretos.
O encontro desta segunda foi promovido pelo PSB-PI, e reuniu mais de 400 pessoas, entre pré-candidatos, lideranças políticas, filiados e representantes dos movimentos sociais na sede da Assembleia Legislativa. Nos próximos dias, devem ser realizados eventos semelhantes em cidades como Palmas e Belo Horizonte.
Para o presidente nacional do PSB, as limitações de gastos obrigarão todos os candidatos a ter um contato direto e mais franco com o eleitor. “A tarefa mais importante para ganhar as eleições é ouvir a população, é listar as prioridades da população, é saber o que a população deseja como prioridade para o seu município”, destacou Siqueira, ao ressaltar que hoje a população está “mais atenta do que nunca” às pessoas aptas a representar o interesse público.
Carlos Siqueira também ressaltou que, durante as eleições de 2016, o PT deve ser cobrado pela atual crise, considerada a mais grave de toda a história republicana. “E essa herança recaiu sobretudo sobre as costas dos prefeitos e dos governadores. Mas de maneira mais pesada sobre os prefeitos”, analisou.
Apesar da morte de um de seus maiores líderes em 2014, o ex-governador Eduardo Campos, Siqueira disse que o PSB cresce em todo o país. Com foco em capitais e cidades pólo, para a eleição de 2016, a sigla já tem 1.578 pré-candidatos a prefeito, contra 1.060 registrados em 2012 – um crescimento de cerca de 50%. Destes, o partido terá nomes competitivos em pelos menos 16 capitais, entre elas, Recife, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Manaus, Florianópolis, Cuiabá e em quase todas do Nordeste.
“Então, ao mesmo tempo em que temos dificuldades, temos a possibilidade de transformar esse momento de pessimismo num momento de superação das dificuldades que vive o país”, afirmou.
O socialista ainda destacou a contribuição do PSB, por meio de suas bancadas no Congresso, para que o governo atual possa superar a crise no país. “As nossas bancadas na Câmara e no Senado têm contribuído, e devem continuar contribuindo, para que o atual presidente do nosso país possa, nos dois anos e pouco que lhe restam, encaminhar as soluções e colocar o país nos trilhos”, disse.
E acrescentou: “O país e a sua população são maiores que a crise. O país e a sua população precisam contribuir e, nesta campanha, é o momento de fazê-lo para que se organize a economia, se supere a questão econômica, a questão social, para que o presidente não se torne refém apenas das forças econômicas, dos bancos, é preciso dizer que também é necessário fazer gastos quando eles se dirigem a melhorar a saúde, a educação, a gerar empregos e renda para as pessoas. É indispensável que apoiemos as medidas que julgarmos corretas nesse governo atual.”
O vice-presidente do PSB, Beto Albuquerque, disse que hoje o Brasil vive um momento de “total perplexidade” em virtude da atual crise econômica e defendeu a “refundação” da política. “Os cidadãos acham que nós todos somos iguais. Todos os partidos são iguais, os políticos então nem se fala, e nós vamos enfrentar uma eleição com esse quadro”, avaliou o socialista, atribuindo a responsabilidade por esse ambiente de desconfiança política principalmente ao PT.
Para Albuquerque, esse quadro de desconfiança gerado por erros do PT prejudica outras siglas, como o PSB. “O PT é hoje um partido sem identidade, não é de esquerda, não é de direita, não é de nada. É uma vergonha no nosso país. Mas isto repercute, respinga em um partido como o Partido Socialista Brasileiro, que também é deste campo, progressista, de mudanças”, admitiu.
Assim como o presidente nacional do PSB, Albuquerque ressaltou que por conta das limitações orçamentárias, todos os candidatos devem ficar atentos a casos de fraudes eleitorais. “Nessa eleição, antes de a gente ficar com inveja do nosso adversário, apresentar muita riqueza na campanha, vamos lá denunciar o adversário”, recomendou. “Porque não tem milagre nessa eleição, quem tiver muito dinheiro na campanha é porque tem coisa mal feita atrás dele. E nós precisamos denunciar isso. E refundar a política”, complementou.
O presidente do diretório estadual do PSB, o ex-governador do Piauí, Wilson Martins, conclamou os socialistas a denunciar casos de corrupção nas eleições deste ano. “Vamos fazer uma eleição limpa, fiscalizar, denunciar, fazer a nossa parte. Tem uma ouvidoria permanentemente aberta no Tribunal de Contas do Estado. O Ministério Público também está esperando este tipo denúncia”, destacou.
Com 47 prefeitos, 21 vice-prefeitos e 337 vereadores, o PSB é atualmente o maior partido no Estado, afirmou Wilson Martins. “Nós estamos apegados ao serviço o tempo todo para manter o partido grande”, ressaltou o ex-governador do Piauí. Para as eleições deste ano, a legenda reúne, até o momento, 76 pré-candidaturas a vice-prefeito, 26 a vice-prefeito e mais de mil a vereador.
Assessoria de Imprensa/PSB Nacional