O Alagoas sofre a pior seca das últimas décadas. Em 37 municípios foi decretado estado de emergência, e metade do rebanho no estado já morreu por falta de água e alimentos. Reconduzido à coordenação da Bancada do Alagoas no Congresso Nacional para o ano de 2013, o deputado Givaldo Carimbão (PSB-AL) quer ir até a presidente Dilma Roussef em busca de solução, que amenize a crise de imediato.
Carimbão enfatiza que a ideia de solicitar audiência com a Presidente veio do Deputado João Lyra (PTB-AL), e pretende pleitear o apoio dos colegas para concretizá-la. O socialista convida os parlamentares do estado a participarem de reunião da Bancada na próxima terça-feira (26), às 20h30, na casa do deputado Renan Filho (PMDB-AL).“Precisamos apelar, o mais rápido possível, por medidas emergenciais”, diz.
Publicado na quarta-feira (6), o último relatório do Centro Estadual de Gerenciamento de Riscos e Desastres da Defesa Civil de Alagoas revela que 498.092 alagoanos em 37 municípios estão sendo afetados pela seca entre as regiões do Agreste e Sertão.
As perdas acumuladas na agricultura e pecuária já somam prejuízos de quase 70 milhões de reais. E não há prazo para o fim dessa escassez, pois, segundo as previsões meteorológicas, o volume de chuva continuará abaixo da média ainda por um longo tempo.
Ainda de acordo com o estudo, em 2012, nas cidades sertanejas banhadas pelo rio São Francisco, choveu apenas metade da média prevista. No Agreste choveu menos de 50% do que o esperado para o período, e, mesmo na Zona da Mata, onde caem mais de 1300 mm por ano, caíram apenas 860 mm.
Contratados pelo governo do estado com o apoio do governo federal, atualmente há 210 caminhões-pipas atendem a população. Porém, conforme afirma Carimbão, eles são insuficientes porque a maior parte das fontes e barragens já secou, e os veículos precisam ir buscar água cada vez mais longe dos municípios que sofrem com a seca.
Em dezembro passdo, o Ministro da Integração Nacional, o Secretário de Estado da Infraestrutura e o governador assinaram um termo de compromisso que disponibiliza R$ 250 milhões para obras do PAC Seca na região do Sertão de Alagoas.O governo estadual também vem desenvolvendo projetos como “Canal do Sertão”, que até 2014 deverá abastecer com água todos os municípios da bacia leiteira e do Alto Sertão do Alagoas, e “Água Doce”, com a recuperação de poços artesianos e sistemas dessalinizadores.
O socialista saúda estes esforços para combater o problema, mas explica que eles só surtirão efeito em longo prazo. “Nosso problema é o dia de hoje. Há pessoas morrendo e precisamos de água já, não daqui a dez anos”, apela.