O deputado federal José Stédile (PSB-RS) representou o PSB em Audiência Pública, nesta quarta-feira (16), para ouvir as explicações do ex-diretor financeiro da Petrobrás, Nestor Cerveró. O objetivo foi debater sobre a operação de compra da refinaria de Pasadena (Texas-EUA), por parte da estatal brasileira.
Para Stédile, é mais do que necessário que o Congresso tenha uma CPI que esclareça os fatos e as pessoas envolvidas sejam punidas. O importante, segundo o deputado, é que a imagem da Petrobrás seja recuperada. "No momento em que dizem sobre 'um mau negócio', tem que ser apurado quem são os responsáveis e qual o tamanho do prejuízo que o Brasil teve. Assim poderemos ajudar a salvar a Petrobras", disse.
O parlamentar também criticou as contradições entre as explicações de Cerveró e a presidente da Petrobrás, Graça Foster. Nesta terça-feira (15), no Senado Federal, Foster declarou que a compra da refinaria "não foi um bom negócio". O contrário do que disse o ex-diretor. "O depoimento dado aqui na Casa foi contraditório. E esses fatos precisam ser esclarecidos", afirmou Stédile.
Esconder os problemas não ajudará a resolver a situação da Petrobras que, de acordo com o socialista, tem o futuro intimamente ligado ao do povo brasileiro. "Para salvarmos a Petrobras precisamos esclarecer tudo que aconteceu e corrigir os rumos."
Segundo Cerveró, a compra seria um bom negócio para a estatal. A decisão de expandir o refino do petróleo no exterior já fazia parte do plano estratégico da empresa desde 2000. Naquela época, o consumo do mercado norte-americano cresceu, em quatro anos, mais de um milhão de barris por dia. Então, de acordo com o executivo, por representar cerca 20% dos derivados de petróleo no mundo, o mercado norte-americano era de interesse da Petrobras.
O ex-diretor da área internacional também reconheceu ser o responsável pela elaboração do projeto em que havia as cláusulas Marlim e Put Option. A primeira cláusula garantia à empresa belga Astra Oil, sócia da Petrobras American Inc, rentabilidade mínima de 6,9% ao ano. Já a segunda cláusula, obrigava a estatal a comprar a participação da Astra, em caso de conflito entre os sócios na condução do negócio.
Com informações da Agência Câmara