O governador do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB), defendeu nesta quinta-feira (25) a necessidade de uma coordenação do governo Bolsonaro integrada aos Estados e municípios no combate à pandemia que cresce para o interior do país.
O socialista falou durante audiência da comissão mista de acompanhamento das medidas do governo federal relacionadas ao novo coronavírus no Congresso Nacional, representando o Consórcio de Integração Sul e Sudeste, que reúne os Estados das duas regiões para pautas conjuntas.
Casagrande lamentou a ausência de orientação e as críticas de Bolsonaro às ações dos governos estaduais no enfrentamento à doença. Para ele, falta alinhamento de medidas também para facilitar a aquisição de medicamentos e insumos e planejamento de médio e longo prazo que permitam ao país superar as dificuldades causadas pelas crises sanitária e econômica.
“Essa falta de coordenação nacional, a troca de ministros, a politização de medicamentos e do próprio isolamento e distanciamento social, o enfrentamento provocado pelo presidente da República acabaram dificultando um pouco nosso trabalho (dos governadores e prefeitos)”, afirmou.
Casagrande disse que a palavra do presidente da República tem um efeito muito forte e suas ações e declarações têm grande impacto nos estados, especialmente num ambiente político conflagrado, com campos ideológicos se enfrentando e com posições políticas extremadas, o que dificulta a adoção, por parte da população, de medidas sugeridas pelos governadores.
— Registro a necessidade dessa coordenação. Não se fez até agora, mas é possível que se faça ainda, até para ficarem em sintonia as ações do governo e do Congresso, que foi fundamental quando apoiou a ajuda (financeira) para estados e municípios — disse o governador.
O socialista sugeriu a sistematização das compras pelo Ministério da Saúde, especialmente de medicamentos, para os Estados. “Que o Ministério da Saúde possa coordenar a compra de medicamentos e insumos e equipamentos para ser usados nas UTIs. A demanda do mundo todo é muito grande, estamos com dificuldade para fazer essas compras. A coordenação do governo federal é essencial, e o Congresso Nacional pode ajudar nesse trabalho”, opinou.
Casagrande também pediu que o Executivo registre e credencie os leitos de UTI montados pelos estados durante a pandemia. Com esse reconhecimento e habilitação oficiais, os estados ficam credenciados a receber do governo federal recursos orçamentários para a manutenção desses leitos na rede pública.
O governador também salientou a importância da adoção de medidas do governo federal de auxílio econômico para os empreendedores, especialmente os pequenos, que foram impactados pela pandemia.
“Os estados têm um papel secundário porque quem tem poder de emitir moeda, de aumentar déficit, é a União, o poder central. Eu não tenho. Se meu dinheiro acabar, acabou. Não tenho como fazer mais nada. Essa coordenação é importante que aconteça pelo tamanho, dimensão e pelo tempo que teremos de impacto da pandemia no nosso país”, destacou.
Assessoria de Comunicação/PSB Nacional com informações da Agência Senado