Deputados e senadores decidiram prorrogar por mais 180 dias a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) das Fake News. A comissão investiga a produção e divulgação de notícias falsas por meio das redes sociais e aplicativos de mensagens, como o WhatsApp.
Os trabalhos da CPMI foram interrompidos no dia 17 de março desse ano devido à necessidade de isolamento social, a fim de evitar a disseminação do novo coronavírus. O novo prazo para início dos trabalhos, que agora será remoto, começa a valer nesta terça-feira (14).
“Mesmo com o dever de continuarmos em isolamento social, os trabalhos de investigação dos responsáveis por fake news não podem parar”, afirma a deputada federal Lídice da Mata (PSB-BA), relatora da Comissão.
A disseminação de informações falsas sobre a flexibilização das medidas que recomendam o isolamento social e a suposta eficácia de tratamentos ainda não reconhecidos cientificamente são alguns dos novos desafios para à CPMI.
Os brasileiros acompanharam recentemente alguns casos de notícias falsas compartilhadas por pessoas públicas. “Uma delas foi do próprio presidente da República ao postar um vídeo falso sobre um possível desabastecimento na central de alimentos de Minas Gerais, por conta dos efeitos econômicos do Covid-19”, criticou a Lídice.
Para o presidente da CPMI, senador Angelo Coronel (PSD-BA), a prorrogação permitirá que os parlamentares encarem uma terceira etapa de trabalho, aprovando os requerimentos já apresentados e fazendo as oitivas necessárias para conclusão das investigações.
O requerimento de prorrogação obteve o apoio de 209 deputados e 34 senadores. Essa é a primeira vez que parlamentares aprovam a prorrogação de uma comissão de inquérito por meio de votação remota.
Retaliação
Segundo informações da coluna Notas & Informações, do Estado de S.Paulo, o governo federal já elabora uma espécie de “lista negra” de parlamentares que votaram pela manutenção do trabalho da CPMI das Fake News. O jornal afirma que esses políticos foram chamados de “traidores” e poderão sofrer retaliações por parte dos que foram contrariados com seus votos.
Até o momento, a CPMI trouxe informações importantes a público como o depoimento da deputada Joice Hasselmann (PSL-SP) em dezembro de 2019. Ela confirmou a existência de um grupo de pessoas, dentro do governo federal, formado por assessores especiais da Presidência da República, que propagavam notícias falsas, o chamado “gabinete do ódio”. O Facebook, em resposta aos pedidos da comissão, trouxe informações que confirmam o relato da deputada.
Assessoria de Comunicação/PSB Nacional com informações da Agência Câmara de Notícias