O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino (PSB), determinou a abertura de um inquérito da Polícia Federal para apurar o assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. O crime completa cinco anos no próximo dia 14 de março sem a identificação dos mandantes.
A nova etapa da investigação não significa a federalização do caso. De acordo com o Ministério da Justiça, o inquérito é um processo interno, realizado em parceria com as autoridades fluminenses, e sem prazo para conclusão. O caso será conduzido pelo delegado Guilhermo de Paula Macho Catramby.
Em 2020, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) descartou haver inação dos investigadores do Rio e negou o pedido da ex-procuradora-geral da República Raquel Dodge de deslocar a investigação para a esfera federal.
“A fim de ampliar a colaboração federal com as investigações sobre a organização criminosa que perpetrou os homicídios de Marielle e Anderson, determinei a instauração de Inquérito na Polícia Federal”, anunciou Dino pelas suas redes sociais. “Estamos fazendo o máximo para ajudar a esclarecer tais crimes”.
A Secretaria de Comunicação Social (Secom), da Presidência da República, afirmou que, com a investigação, “será possível fortalecer a força-tarefa já criada no Ministério Público do Rio de Janeiro para apurar quem são os mandantes e permitir que a PF colabore com a Polícia Civil no caso”.
Durante a gestão de Jair Bolsonaro (PL), havia suspeitas de que as investigações do caso Marielle tenham sido negligenciadas. Ao assumir o Ministério da Justiça e Segurança Pública, Dino disse que a elucidação do assassinato de Marielle é uma questão de honra da sua gestão. Na semana passada, o ministro já havia sinalizado que a PF ajudaria o Rio de Janeiro na apuração do caso.
Em 2018, o carro em que Marielle e Gomes foi alvejado por tiros na região central do Rio, após deixarem um evento do PSOL. Uma assessora da vereadora sobreviveu ao atentado. Foram presos o ex-policiais Ronnie Lessa, PM reformado apontado como executor; e Élcio Queiroz, que seria o motorista do carro que perseguiu o veículo de Marielle e Anderson Gomes. Os mandantes do assassinato, no entanto, seguem desconhecidos.
Com informações de Estadão e Carta Capital