O PSB na Câmara ingressou, nesta quarta-feira (15), com um pedido de abertura de processo no Conselho de Ética da Casa contra o deputado federal Gilson Cardoso Fahur (PSD-PR) por xingar e ameaçar o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino (PSB), durante um discurso em encontro com representantes da indústria armamentista, na última quinta-feira (10). O evento foi organizado pelo deputado e filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, Eduardo Bolsonaro (PL-SP).
Em sua fala, Fahur criticou a política de desarmamento do governo Lula e classificou como “direito sagrado” a posse e o uso de armas de fogo. “Como eu, que dei coronhada e tiro na cabeça de bandido a vida toda, vou andar desarmado? Flávio Dino, vem buscar a minha arma aqui, seu merda”, disse o policial militar aposentado, ao final.
O PSB argumenta que Fahur “tenta aproveitar-se de sua imunidade material para impunemente praticar ameaça e intimidação” contra Dino, “com o objetivo de incitar publicamente o descumprimento de norma jurídica, como tivesse autoridade para estabelecer um ordenamento jurídico paralelo ao estabelecido pelos Poderes da República no âmbito do legítimo exercício da atividade normativa, ou decidir quando deve ou não ser observado pelos cidadãos”.
Nota de repúdio
Em nota assinada pelo líder do PSB na Câmara, deputado Felipe Carreras (PE), a bancada socialista repudiou o discurso de Fahur. “É inaceitável que, sob a crença de que sairão impunes pelo quesito da imunidade parlamentar, deputados federais sintam-se livres para cometer crimes contra a vida de outras pessoas ou incitar o ódio e saiam impunes”, critica o documento.
“Flávio Dino é uma figura pública que vem atuando incansavelmente pela pacificação do Brasil, contra a violência e em defesa da democracia. A bancada do PSB na Câmara não vai admitir esse tipo de ameaça e tomará as medidas cabíveis para que o parlamentar responda por seus atos”, afirma a nota.
“A Câmara é a Casa do Povo e deve ser um lugar de respeito e democracia. Ninguém, sobretudo um deputado, tem o direito ameaçar a vida de outra pessoa“, disse Carreras. “Vamos representar contra o parlamentar para que isso sirva de exemplo. Se quisermos um Brasil sem impunidade, o exemplo deve começar pelos representantes do povo”, acrescentou.
Assessoria de Comunicação/PSB Nacional com informações da Carta Capital, Poder 360, Estadão, Congresso em Foco e Metrópoles