A decisão dos governos do Brasil, do Uruguai e da Argentina de suspender o Paraguai do bloco do Mercosul gerou polêmica entre os integrantes do Parlamento do Mercosul (Parlasul) e impediu a abertura da reunião que seria realizada nesta segunda-feira (2), em Montevidéu, no Uruguai.
Na avaliação do Deputado Federal José Stédile (PSB/RS), representante do seu partido no Parlasul, a decisão gerou a dúvida se também atingiria o Parlamento. Os deputados paraguaios estavam presentes e queriam participar da reunião. Os uruguaios se dividiram. Uns queriam que a sessão fosse aberta, outros não. Oito dos nove parlamentares brasileiros defendiam que a reunião acontecesse com a presença do Paraguai. Os argentinos eram contra e não compareceram à reunião. O Regimento prevê que, para se realizar qualquer reunião, tem que haver a presença de pelo menos um representante de cada um dos quatro países – Paraguai, Uruguai, Brasil e Argentina.
No entanto, várias reuniões paralelas ocorreram para definir a posição majoritária da bancada brasileira e o ingresso da Venezuela no Mercosul. “Nossa bancada condenou o golpe no Paraguai, mas autorizou os deputados paraguaios, legitimamente eleitos, a participarem do Parlasul. Considero esta posição contraditória, mas foi a possível de ser construída em consenso”, salientou.
Stédile acredita que os governos tomaram a posição correta de veto ao Paraguai, porém preservando o povo das conseqüências de possíveis bloqueios econômicos que aumentariam a pobreza da população.
Com o impasse, agora aguarda-se uma convocação do novo presidente do Parlasul que deverá ser uruguaio. “Esperamos que uma nova reunião deva ser convocada nos próximos meses para a inclusão da Venezuela e a retomada das pautas do Mercosul”.
Decisão
Os presidentes dos países integrantes do bloco decidiram, na última sexta-feira (29), suspender o Paraguai do Mercosul até as eleições de abril de 2013. Eles também decidiram que a Venezuela vai passar a ser membro pleno do bloco no dia 31 de julho. O ingresso da Venezuela no Mercosul era barrado pelo Congresso paraguaio.
As medidas contra o Paraguai ocorreram em resposta ao processo de impeachment do ex-presidente Fernando Lugo. Os países sul-americanos repudiaram a forma como o processo foi conduzido.