
Foto: Sérgio Dutti
No segundo dia do XVI Congresso Nacional do PSB, neste sábado (31), os socialistas se dividiram em seis Grupos Temáticos que tiveram como tema central “Brasil – Potência Criativa e Sustentável” para discutir propostas que serão levadas para apreciação na Sessão Plenária no domingo (1º).
O vice-presidente da República e vice-presidente de Relações Governamentais do PSB, Geraldo Alckmin, participou do grupo temático que debateu o “Renascimento Criativo da Indústria”. Ele destacou que o Brasil precisa de uma indústria mais inovadora, mais sustentável, competitiva e exportadora.
Alckmin, que é ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços do governo Lula, citou alguns programas e medidas do governo federal para estimular a indústria brasileira. Estes incluem o programa de depreciação acelerada, que permite que as empresas deduzam rapidamente investimentos em máquinas e equipamentos, e o programa “Brasil Mais Produtivo”, que oferece suporte técnico e financeiro para micro, pequenas e médias empresas. Além disso, Alckmin tem defendido a importância da recomposição tarifária e da desburocratização para melhorar o ambiente de negócios e atrair investimentos.
Outro nova política industrial citada por ele foi a Nova Indústria Brasil (NIB), com R$ 300 bilhões em financiamento até 2026, que visa fortalecer a indústria em setores estratégicos, como agroindustrial, saúde e defesa, utilizando compras públicas e desburocratização. Já o Programa Mover tem como objetivo estimular a adoção de tecnologias mais limpas no setor automotivo, promovendo a descarbonização da indústria.
O vice-presidente lamentou que, no Brasil, 50% dos impostos são sobre o consumo e, por isso, defendeu a reforma tributária com a criação do Imposto sobre Valor Agregado (IVA), que irá unificar os 5 tributos brasileiros (ICMS, ISS, IPI, PIS e Cofins) e entrará em vigor em 2032. A partir do IVA, cada participante da cadeia produtiva irá pagar a taxa de imposto sobre o valor que agregou ao produto. Ou seja, o “responsável” pelo pagamento em cada etapa desconta o valor do imposto que já foi pago em etapas anteriores, através do crédito de IVA.
“No Brasil, é tudo em cima do consumo e isso encarece os produtos, a população consome menos e você tem um crescimento mais baixo. Então a reforma tributária vai ajudar porque ela vai primeiro simplificar. Você vai trocar cinco tributos por um IVA Dual, então vai dar uma simplificada”, explicou.
Para finalizar sua fala, Alckmin disse que se o país conseguir “dar um empurrão” na indústria brasileira, os salários serão mais altos, o Brasil será a vanguarda da inovação e da agregação de valor.
O prefeito do Recife e vice-presidente nacional do PSB, João Campos, celebrou o trabalho desenvolvido pelo vice-presidente Geraldo Alckmin no MDIC, que também tem ligação com a defesa da nova indústria criativa no novo programa do PSB.
“Como é bom a gente ter um alinhamento do programa do partido na defesa da nova indústria criativa e ter uma sinergia na prática dos nossos filiados, como a gente tem visto no ministério com o Geraldo Alckmin. Se você for ver, talvez, das ações estruturadas do governo federal, desconheço alguma que seja tão redonda, tão cinética como essa que aqui está sendo liderada pelo nosso partido no seu programa, onde você vê uma história com início, meio e fim, e você vê as lacunas sendo bem preenchidas, sempre com o interesse chegando na ponta. Desde a descarbonização, a capacidade de reduzir o tempo de patente, até trazer uma indústria onde você incentiva na pesquisa e no desenvolvimento”, destacou.
Campos lembrou da pré-campanha de seu pai, Eduardo Campos, para a presidência da República em 2014 em que um dos pontos que ele defendia categoricamente era a necessidade de reindustrialização. “Ele já tinha feito o dever de casa no Estado de Pernambuco, quando foi governador, onde ele construiu um ciclo de reindustrialização do Estado onde conseguiu construir uma nova matriz econômica. Ele mudou a matriz econômica do Estado que há 50 anos era baseada nos derivados da cana-de-açúcar, com a exportação de açúcar e do álcool, e conseguiu mudar para um polo-automotivo. Quatro anos após sua morte, essa balança foi invertida e a principal pauta de exportação era os derivados do polo automobilístico”, contou.
Para o prefeito, o Brasil tem bastante potencial e precisa investir muito em pesquisa e no desenvolvimento da indústria. “O desafio é poder superar ou chegar perto das grandes potências, como a China que, por exemplo, uma única empresa investe 15 bilhões de dólares por ano nesse segmento. Se você pegar todo o investimento brasileiro do governo federal, deve chegar perto desse valor. Então, você imagina o quanto temos potencial, mas também o quanto estamos atrás e precisamos reconhecer isso. E esse aqui, dentro do partido, é o espaço para fazer esse debate”, pontuou Campos.
O coordenador do grupo temático, Domingos Leonelli, também parabenizou o trabalho feito por Alckmin à frente do MDIC. “Ter um contato e uma inteligência dessa, com uma capacidade de realização, sendo uma pessoa que pode realizar uma parte muito importante do nosso programa para o Brasil, é de grande relevância”.
Segundo Leonelli, a Nova Indústria Brasil que consta no programa do PSB corresponde a um dos pontos mais importantes. Ele destaca ainda a revolução tecnológica e a mudança do paradigma mundial de produção como sendo pontos que a política precisa discutir. “A política precisa refletir e debater sobre o novo modo de produção do mundo, nós precisamos traduzir isso para a linguagem política e o nosso programa e manifesto do partido fizeram isso, partindo do princípio de reconhecer a criatividade, que existe desde a invenção do fogo e da roda, como um valor econômico e social importantíssimo”, finalizou.
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Assessoria de Comunicação/PSB Nacional