
Foto: Ruy Baron
A abertura do XVI Congresso Nacional do PSB foi marcada por cultura e memória. O partido prestou homenagens ao ex-presidente sul-africano Nelson Mandela, ao pianista Arthur Moreira Lima e aos líderes socialistas Miguel Arraes e Eduardo Campos, reverenciados na poesia do pernambucano Antônio Marinho.
Natural de São José do Egito, no Sertão do Pajeú, Antônio Marinho emocionou a plateia com poema sobre a trajetória do PSB desde Miguel Arraes até a eleição de João Campos como presidente nacional. Marinho exaltou o legado de Eduardo Campos e a confiança na nova geração socialista. “Para que Eduardo e Arraes, felizes, descansem em paz: Futuro, teu nome é João”, recitou.
O poeta destacou ainda a ligação pessoal e de militância do PSB, ao lembrar da primeira viagem de avião da sua vida, aos 14 anos, para participar de um evento do partido em Brasília, em 2001. O episódio, segundo ele, marcou o início de uma relação de respeito, amizade e compromisso com os ideais socialistas.
Símbolo global da luta contra o apartheid e referência ética para os socialistas do mundo, Nelson Mandela, por sua vez, foi relembrado como inspiração para o atual momento político no mundo. “Mandela nos ensinou que a coragem não está na guerra, mas na reconciliação. Que a grandeza de um líder não está no poder, mas na capacidade de unir”, destacou o vídeo da homenagem.
Inspirado no legado do líder sul-africano, o PSB lançou, em 2020, a campanha “Não Violência Ativa”, para incentivar a militância e a sociedade a adotarem formas de resistência pacífica em defesa dos direitos sociais, da democracia e da justiça. A proposta é baseada nos ensinamentos de Gandhi e Martin Luther King, e do próprio Mandela.

Foto: Ruy Baron
A cantora Tereza Lopes deu continuidade ao tributo com interpretações de “Sorriso Negro”, de Dona Ivone Lara, e “Canto do Negro”, do Grupo Olodum, esta última composta em homenagem à visita de Mandela ao Brasil.
A música como instrumento de justiça social
O PSB também prestou homenagem ao pianista Arthur Moreira Lima. Neto do músico, Francisco Moreira Lima executou a peça ‘Chorando Baixinho’ e uma composição autoral em homenagem ao avô que, além de consagrada trajetória na música clássica, também teve papel ativo na militância política como membro do Diretório Nacional do PSB.

Foto: Ruy Baron
“Alguns artistas transformam seu instrumento em uma extensão da alma. Arthur Moreira Lima fez do piano sua voz, e da música, sua forma de militância,” diz o vídeo exibido durante a cerimônia.
Reconhecido internacionalmente após conquistas em prestigiados concursos como o Chopin (Polônia), Tchaikovsky (Rússia) e Vianna da Motta (Portugal), Arthur levou a música brasileira a palcos eruditos do mundo, com interpretações de Villa-Lobos, Ernesto Nazareth e Pixinguinha. Mas foi em um caminhão adaptado, transformado em palco móvel, que o pianista protagonizou seu projeto mais revolucionário: levar concertos a vilarejos e pequenas cidades onde o piano de cauda nunca havia chegado.
“A arte só cumpre seu papel quando chega a todos”, dizia Arthur, que acreditava que o choro, o samba e a música clássica pertencem ao povo.
Assessoria de Comunicação/PSB nacional