
Foto: Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil
O governador do Espírito Santo e presidente do Consórcio Brasil Verde, Renato Casagrande (PSB), propôs a criação de um fundo climático nacional financiado com recursos da exploração de fontes fósseis. O objetivo é impulsionar a transição energética e fortalecer ações de preservação ambiental, especialmente nas florestas brasileiras.
A proposta segue os moldes do Fundo Soberano do Espírito Santo, criado para destinar parte das receitas do petróleo à inovação, sustentabilidade e à descarbonização da economia local.
“O Brasil precisa aproveitar a riqueza de fontes fósseis para avançar na transição e na proteção da floresta. Estou propondo que a gente use a riqueza de uma fonte fóssil para agilizar a transição”, disse Casagrande em evento nesta quinta-feira (10) promovido pela EDP, empresa de energia que atua em todos os segmentos do setor elétrico, para discutir os compromissos na COP30.
De acordo com o governador, a proposta é que o novo fundo seja gerido pelo governo federal, com a participação ativa dos estados da região amazônica e dos demais integrantes do Consórcio Brasil Verde — que reúne 15 estados brasileiros, incluindo os principais produtores de petróleo e gás do país, como Rio de Janeiro, São Paulo, Bahia, Espírito Santo, Rio Grande do Norte e Sergipe.
O governador defende que o Brasil adote uma postura pragmática diante dos desafios ambientais e energéticos que estarão em pauta na COP30, prevista para 2025 em Belém (PA). Segundo ele, é possível conciliar a exploração do petróleo com o protagonismo climático, desde que os recursos sejam aplicados com racionalidade e direcionados à preservação ambiental e ao desenvolvimento sustentável da Amazônia.
“É injusto a gente não deixar explorar porque é uma riqueza presente na região de uma população que precisa. E é também injusto você explorar sem racionalidade. Essa riqueza não é só para explorar o petróleo e isso virar uma maldição do petróleo, como muitos estados já vivenciaram. Então vamos definir a regra antes”.
Fundo capixaba
Criado em 2019 e capitalizado a partir de 2020, o Fundo Soberano do Espírito Santo já acumula R$ 2 bilhões. A primeira iniciativa foi voltada à inovação e, agora, segundo o governador Casagrande, a previsão é direcionar R$ 500 milhões para ações de descarbonização.
A estrutura do fundo também prevê a participação da iniciativa privada, com a possibilidade de financiar projetos sustentáveis.
“O fundo será aberto. Se uma empresa grande como a Vale, a ArcelorMittal, a Suzano, a EDP quiser também podem aplicar recursos nesse fundo para financiar os seus fornecedores para que eles façam a transição”, explicou Casagrande.
“Não é uma doação, é um financiamento nos moldes que nós estabeleceremos com custo menor para a gente poder, de fato, incentivar essa transição.”
O edital para seleção da gestora do fundo capixaba de descarbonização será publicado em breve.
Segundo o governador, os investimentos serão definidos por um conselho coordenado pelo Banco de Desenvolvimento do Espírito Santo (Bandes).
Com informações do site Eixos