Autora: Tathiane Aquino de Araujo
Secretaria Nacional do Segmento LGBT SOCIALISTA-PSB
Graduada em Gestão Publica.
Junho Vermelho e Arco Iris também, um mês dedicado à conscientização sobre a importância da doação de sangue e do orgulho de lutar pela existência de pessoas LGBTQIA+.
As duas inciativas visam sensibilizar a população para a necessidade constante de ser solidário com o outro, atitudes que capazes de salvar vidas. No Junho Vermelho, diversas instituições, hemocentros e organizações de saúde promovem ações educativas, campanhas de conscientização e eventos para mobilizar a comunidade. O objetivo é informar sobre os procedimentos seguros e simples para a doação de sangue, eliminar mitos e incentivar o aumento do número de doadores.
O Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+ é comemorado nesta sexta-feira, 28 de junho, e cuja referência é a Revolta de Stonewall, nos Estados Unidos, em 1969, data que carrega a importante missão de marcar a luta no combate à LGBTQIA+fobia no mundo inteiro e reforçar a importância da construção de uma sociedade igualitária e livre de preconceitos, independente de gênero e orientação sexual.
As duas ações se confundem no Brasil e em alguns países pelo histórico e irracional preconceito e discriminação que a população LGBTQIA+ sofreu para praticar a solidariedade e empatia.
A identificação inicial dos diagnósticos entre homens que faziam sexo com homens nos primeiros casos bastou para que lhe fosse atribuída a marca de “peste gay”, no inicio da década de 1980, período marcado pelo alarmismo e pelo sensacionalismo, que estigmatizaram a população, logo apontada como um “grupo de risco”.
Mesmo com o conhecimento de que a transmissão da doença se dava pelo sangue e também por meio de relações sexuais desprotegidas, líderes religiosos vincular a Aids a um ‘castigo de Deus’, por conta das práticas homossexuais.
Até 2020 no Brasil, e nos EUA somente em 2023, a regra foi alterada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), provocado por uma Ação Direta de Inconstitucionalidade 5.543/DF, impetrada pelo Partido Socialista Brasileiro (PSB). O STF declarou inconstitucional a Portaria 158/2016, do Ministério da Saúde, e a Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) 34/2014, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Segundo a ONG All Out, eram restringidos mais de 18 milhões de litros de sangue doados, considerando quatro doações por ano com uma estimativa de 10 milhões de gays, travestis ,transexuais e bissexuais que vivem no país, segundo o IBGE.
Vemos a prática regular da doação como um ato de valorização a vida, proibir isso de um povo já discriminado se constituiu como mais uma desumanidade à população LGBTQIA+ e prova como a lgbtifobia prejudica nossa sociedade como um todo. O Brasil é o 89º país que mais fez doações de sangue, em 2022, segundo o World Giving Index, ranking das nações mais generosas do mundo.
Viva a solidariedade para salvar vidas, viva o orgulho de ser LGBTQIA+.