O PSB garantiu um bom desempenho nas eleições municipais deste ano, fortalecendo sua posição no campo da centro-esquerda e preparando as bases para recuperar sua representação na Câmara dos Deputados em 2026.
O Estado que registrou o maior crescimento do partido foi a Paraíba, sob a liderança do governador João Azevêdo. Em 2020, o PSB havia eleito quatro prefeitos, mas em 2024 esse número saltou para 69, o que representa um aumento de 1.600%.
No Espírito Santo, sob a gestão do governador Renato Casagrande, o partido foi o que mais conquistou novas prefeituras entre as duas últimas eleições, mantendo-se como a legenda com o maior número de municípios sob seu controle a partir de 2025. Há quatro anos, a sigla havia elegido 13 prefeitos e na eleição deste ano esse número cresceu para 22.
Em 2020, o PSB conseguiu emplacar a maioria de seus candidatos na região Sul do Espírito Santo. Nas eleições deste ano, a “onda amarela” alcançou o Norte e Noroeste do Estado, regiões onde o partido elegeu prefeitos em 10 municípios. A sigla ainda manteve sua influência nas regiões Sul e Serrana e conseguiu emplacar nomes em 12 prefeituras.
Já no Maranhão, governado por Carlos Brandão, o partido também obteve vitórias significativas, tanto no número de vereadores quanto de prefeitos eleitos. Em 2020, o PSB tinha eleito 6 prefeitos e, neste ano, elegeu 19.
Na oposição ao governo estadual em Pernambuco, o PSB alcançou um feito expressivo ao eleger 31 prefeitos. O partido registrou a maior votação no Estado, com 26,04% dos votos, um percentual bem superior ao do PSDB, partido da governadora Raquel Lyra, que obteve 10,87%, e dos Republicanos, com 8,56%.
Em número de votos, o PSB obteve 1,4 milhão no primeiro turno, enquanto o PSDB, em segundo lugar, conquistou apenas 600 mil. Mesmo excluindo Recife da contagem, o PSB ainda somou quase 700 mil votos, superando os números da governadora Raquel Lyra. Além disso, a Frente Popular, liderada pelos socialistas, venceu em 6 dos 10 maiores colégios eleitorais do Estado.
No Ceará, o partido foi o que mais conquistou prefeituras: 65 prefeitos em 184 municípios. O crescimento é significativo, já que em 2020 os socialistas tinham vencido em apenas oito municípios.
“Nós tivemos um resultado muito positivo, precisamos comemorar, precisamos celebrar. No entanto, não podemos esquecer o momento em que o mundo e o país vivem, do ponto de vista político. É um desafio extraordinário que todos nós temos que enfrentar. Aqui termina a eleição, comemora-se o resultado, mas inicia-se a preparação para a eleição que vai ser muito importante, em 2026, um processo fundamental para a nossa própria existência”, afirmou o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira.
No total, o PSB elegeu 312 prefeituras, um aumento de 23,32% em relação às 253 conquistadas em 2020. Com esse resultado, que supera os 3,5 milhões de votos, o partido se destaca no campo da esquerda com o maior número de prefeitos eleitos no país.
Câmaras municipais
No campo da esquerda, o PSB também foi o partido que elegeu o maior número de vereadores: 3.593 em 24 estados, um aumento de cerca de 20% em relação a 2020, quando conquistou 3.009 cadeiras nos legislativos.
Um dos destaques é a cidade de Cuiabá. O PSB obteve a maior quantidade de votos na disputa pela Câmara Municipal da capital do Mato Grosso, com 33.410, elegendo quatro parlamentares. A sigla terá a maior bancada, com quatro parlamentares, mesmo número do PL.
Em São Paulo, o PSB celebrou a reeleição de Eliseu Gabriel, um quadro qualificado e fiel às bandeiras partidárias, e a eleição da cicloativista Renata Falzoni. Formada em arquitetura e urbanismo, Falzoni obteve 30.206 votos, e garantiu uma vaga na Câmara Municipal. Após quatro tentativas, esta é a primeira vez que Falzoni é eleita, o que demonstra um momento histórico para sua trajetória política e para a pauta de mobilidade urbana, que ela defende há décadas. Eliseu Gabriel também conquistou uma votação expressiva: 30.706 votos.
Em Pernambuco, o PSB reafirmou seu protagonismo com a eleição do maior número de vereadores em todo o Estado. O partido conquistou 339 cadeiras nos legislativos, número superior ao que obteve o PP, que ficou na segunda colocação, com 235 eleitos, e ao do Republicanos, que ficou com 230 cadeiras.
Na Câmara Municipal do Recife, o partido elegeu 15 vereadores, a maior bancada do legislativo da capital pernambucana. A conquista representa 40% das 37 vagas disponíveis. Com o ganho de três cadeiras em comparação às eleições de 2020, o partido fortalece sua influência política e demonstra potencial eleitoral, na esteira da candidatura vitoriosa do prefeito João Campos (PSB). O número de cadeiras equivale ao obtido após a última janela partidária.
Outro destaque foi em Teresina. Com a eleição de Tatiana Medeiros, o PSB volta à Câmara Municipal da capital do Piauí após 10 anos.
Decisão acertada
Para o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, o resultado positivo destas eleições reflete a decisão de não formar uma federação com um partido de esquerda maior, como o PT. Segundo ele, a escolha da estratégia “foi acertada”. “Entrar na federação, do ponto de vista eleitoral, pode parecer um grande passo, mas entrar com um partido grande é como decretar a sua própria morte. Por essa razão que insistimos, na época, com a resistência de muitos, para não entrar em uma federação que pudesse comprometer o nosso desempenho, sobretudo a liberdade que cada partido deve ter para decidir o seu próprio destino”, afirmou Siqueira.
Agora, o partido elabora uma nova estratégia voltada para a reestruturação de sua bancada na Câmara Federal, com o objetivo de se preparar para as eleições de 2026. “Estamos refazendo as coisas e chegaremos em 2026 com uma capacidade ainda maior de refazer a nossa bancada e recuperar a importância que ela já teve na legislação anterior”, concluiu.
Uma das estratégias em discussão é a possibilidade de formar uma federação com partidos de médio e de pequeno porte para as disputas em 2026.
Assessoria de Comunicação/PSB nacional