Com a presença de um grande número de lideranças políticas do PSB e de outros partidos, de ministros de Estado, parlamentares e familiares, a Câmara dos Deputados homenageou, nesta quarta-feira (14), a vida e o legado do ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos, morto em 13 de agosto de 2014, num acidente aéreo em Santos (SP), durante a campanha eleitoral pela Presidência da República.
Em seu discurso, da tribuna do plenário Ulysses Guimarães, o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, ressaltou que Eduardo Campos sempre foi “um grande protagonista por todos os lugares que passou” e foi, sobretudo, “um grande político”, assim como seu avô, Miguel Arraes, também ex-governador e ex-presidente do PSB.
Estiveram presentes à homenagem a viúva de Eduardo, Renata Campos, o presidente do PSB-PE, Sileno Guedes e Márcio França (PSB), ministro do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte.
“Eduardo pautou sua vida em princípios que aprendeu desde muito jovem com seu querido avô e grande líder da esquerda brasileira, presidente por muitos anos do Partido Socialista Brasileiro, Miguel Arraes, figura da maior expressão e da maior sensibilidade política e social que a política brasileira conheceu”, disse Siqueira, ao lembrar que Arraes faleceu no mesmo dia do neto, seis anos antes.
“Nossa homenagem é para Eduardo e para Arraes que continuam sendo uma grande inspiração para todos nós, não apenas os socialistas do PSB e não apenas para a esquerda brasileira, mas para todos aqueles que amam o Brasil”, complementou.
Siqueira afirmou ainda que o PSB realizou sua Autorreforma, com uma atualização do seu Programa e do seu Manifesto, com inspirações no programa de governo de Eduardo Campos, quando concorreu à Presidência da República, em 2014. “Neste programa de governo havia muitas coisas e um pensamento estratégico sobre este país e seu desenvolvimento, as suas potencialidades e prosperidades e, sobretudo, de justiça social. E a partir deste programa de governo, após sua morte e quando assumimos a presidência do partido, tivemos as ideias inspiradas nele de fazer uma renovação do Programa e do Manifesto do PSB”, afirmou.
“Esse programa está a serviço do Brasil e nós, todos aqueles que são admiradores e seguidores de Eduardo Campos, temos a obrigação de colocar em prática isso em todos os níveis, no município, no Estado e, futuramente, queira Deus e queiram os eleitores, o PSB possa levar adiante esse programa tendo sempre como uma grande inspiração esse homem brilhante que atuou firmemente na política brasileira”, finalizou o presidente socialista.
O líder do PSB na Câmara, Gervásio Maia (PB), definiu Eduardo Campos como “um dos maiores líderes políticos do Brasil, diferenciado e um ser humano extremamente sensível” às necessidades dos mais necessitados. “Já são dez anos desde o trágico acidente que terminou interrompendo uma história que tinha, com certeza, um futuro muito próspero para todo o país. E é claro que nós sentimos a ausência e todas as consequências que vieram desde aquele acidente porque Eduardo era um político diferenciado, aliás com qualidades que hoje temos muita dificuldade para encontrar na política. Eduardo, além de um grande político, era um ser humano sensível, o que contribuiu muito para o sucesso da vida pública dele, que foi muito curta, mas que marcou de maneira muito forte a vida, sobretudo, das pessoas mais simples, mais humildes, aquelas que verdadeiramente precisavam de uma política de entrega e de respostas”, pontuou o parlamentar que foi o autor do requerimento para a realização da sessão solene.
Presidindo o evento, o deputado federal e filho de Eduardo, Pedro Campos (PSB-PE) destacou sua emoção com a homenagem e em estar sentado pela primeira vez na cadeira principal da mesa. “Desculpem o nervosismo, mas pra mim é uma emoção enorme estar aqui nesta Casa onde Eduardo, por tanto tempo, esteve defendendo os interesses dos pernambucanos e do povo brasileiro. E presidir uma sessão solene em homenagem a sua vida, ao seu legado, lembrando dos dez anos de sua passagem, mas celebrando acima de tudo a vida, o quanto ele fez em vida e o quanto ele nos deixou de exemplo e de caminho a ser seguido”, disse.
Representando a bancada socialista na Câmara, o deputado federal Felipe Carreras (PE) também lembrou de Eduardo Campos como “uma figura excepcional”. “Dez anos que a gente perdeu uma figura que, para mim, foi muito importante na minha formação política, mas também como homem, como gente. Esse é um momento de a gente celebrar tudo o que Eduardo fez, as mensagens que ele deixou, o seu legado. Viva Eduardo Campos!”, disse.
O prefeito do Recife e filho de Eduardo, João Campos (PSB), subiu à tribuna emocionado e relembrou o “complexo conjunto de sentimentos” do último discurso feito pelo seu pai quando ainda era deputado federal, em dezembro de 2006, antes de renunciar ao mandato para assumir o mandato no governo de Pernambuco.
“Foi nessa tribuna que fiz o meu primeiro discurso no exercício de um mandato eletivo quando o povo de Pernambuco me confiou a maior votação da história do nosso Estado, com 460 mil votos. Eu sabia que ali eu representava os anseios e sonhos de muita gente, mas também uma história que me foi confiada e que por muito tempo foi liderada pelo meu pai. E eu lembro que, ao subir nesta tribuna, era um misto de muita coisa, assim como é neste momento. E lembro que pude ver o último discurso que meu pai fez aqui e ele dizia que ali era ‘complexo conjunto de sentimentos’ que ele estava sentindo, e eu acho que é o que nos guia nesse momento de poder lembrar da sua ausência, mas sobretudo celebrar a sua história e a sua sempre presença”, afirmou.
Campos enumerou as diversas ações e conquistas de Eduardo Campos como governador de Pernambuco em áreas como a educação, a saúde, a infraestrutura, a indústria, entre outras.
“É inegável que ele sempre esteve à frente do seu tempo. Ao mesmo tempo que parece que foi ontem, que parece que foi há muito tempo, parece também que foi um discurso certinho para o futuro que a política e que o Brasil precisam. Que a gente siga, sobretudo para as novas gerações, tendo esperança na política e nunca perdendo as nossas referências. Que a gente conheça a nossa história e valorize quem ajudou a construir esse caminho, quem lutou pela democracia, quem lutou pelas políticas públicas, quem lutou por um Estado justo, para construir um bom futuro. E agradeço, de coração, a todos aqui presentes que representam aquilo que Eduardo acreditava, que era a unidade do povo e das instituições para botar a política para brigar contra os problemas do Brasil e não contra os sonhos dos brasileiros”, defendeu.
Fotos: Aaron Phillipe
Assessoria de Comunicação/PSB nacional