Reeleito com 78,11% dos votos, um recorde histórico no Recife, o prefeito João Campos (PSB) tomou posse nesta quarta-feira (1) para o seu segundo mandato. Em seu discurso, o socialista destacou que a cidade “tem pressa” e, por isso, irá intensificar as entregas, acelerando ainda mais os projetos e ações iniciados durante a primeira gestão.
“Se houve ritmo e tanta entrega, saibam que, daqui para frente, a gente vai intensificar e acelerar tudo o que começou. Eu não corro por acaso. O Recife tem pressa, e nós temos compromisso com ainda mais resultados”, afirmou.
Entre as obras previstas estão a triplicação do número de vagas em creche, a conclusão do Hospital da Criança, a contratação de novos profissionais de atenção básica e a entrega de parques na Tamarineira, em Roque Santeiro, em Tejipió, no Cajueiro e no antigo Aeroclube. “O principal é estar próximo das pessoas. Eu governarei não dentro do ar-condicionado de um gabinete, mas nas ruas”, declarou o prefeito.
O socialista disse que a educação seguirá “como passaporte para o futuro, mudando a história de uma geração” em seu segundo mandato. “Se foi possível sonhar e dobrar o número de vagas de creche, fazendo em quatro anos mais do que foi feito em 40 anos, agora teremos a oportunidade de triplicar. E já estamos no caminho para fazer isso acontecer nos próximos anos, fazendo do Recife uma referência nacional de ensino”, declarou.
Em um rápido balanço dos quatro anos de sua primeira gestão, o prefeito citou o trabalho feito na vacinação contra o coronavírus, o primeiro desafio enfrentado quando assumiu o cargo pela primeira vez, o marco da expansão digital do município, e obras que entregou, como a construção de creches.
João Campos também destacou a importância da democracia, criticou a polarização do cenário político e disse que que o Brasil atravessa um momento de reconstrução com a busca pelo retorno do crescimento econômico responsável e inclusão social.
“Nos apresentamos aqui porque sabemos do muito a ser feito, o tempo do agir se mostra ainda mais necessário e permanente. O Brasil vive uma era de reconstrução, com a busca pelo retorno do crescimento econômico responsável, que abraça a inclusão social. Movimento que antes foram feitos em décadas agora precisam ser postos a prova e princípios que antes pareciam básicos precisam ser reafirmados à exaustão, como democracia, justiça social, solidariedade e bem comum. Não podemos permitir que a intolerância crie abismos que separem as pessoas das pessoas. A vida não se materializa entre polos, mas a partir do entendimento”, destacou.
Em um momento de emoção, João Campos recordou a despedida do pai, o ex-governador Eduardo Campos, ao deixar o Palácio do Campo das Princesas. O prefeito ressaltou o impacto profundo que a trajetória de Eduardo teve em sua formação política e nos desafios que ainda permeiam sua administração.
“A poucos metros daqui, há dez anos, eu vi o meu pai Eduardo Campos se despedir do Palácio do Campos das Princesas para nunca mais voltar. Com ele, tive a oportunidade de aprender muito do que trago comigo hoje: o aprofundamento da democracia; a educação como instrumento que precisa se fazer mais presente na prática do que nos discurso; a inovação como eixo transversal para novos avanços; o desenvolvimento urbano como chave para melhorar a qualidade de vida e enfrentar a violência; o crescimento econômico que só se faz sustentável quando preserva o ambiente, gera renda e reduz desigualdade sociais. Mais do que uma agenda, Eduardo plantou desafios que os colocaram a frente do seu tempo. Se Pernambuco voou mais longe é porque teve alguém que soube sonha junto com a grandeza desse estado”, disse.
O prefeito do Recife se referiu ainda a Renata Campos, sua mãe, como “grande exemplo de correção e decência”. “Mulher de fibra, corajosa, que tem a sabedoria alimentada por uma sensibilidade única. Você é meu grande exemplo de correção e decência, a pessoa mais justa que eu conheço, sua fé é a nossa força motriz para jamais perdemos a esperança no futuro, obrigado por tudo”, agradeceu.
João Campos também homenageou o bisavô, Miguel Arraes. “Nunca foi tão atual lembrar Miguel Arraes, quando disse que “vivemos hoje um tempo brasileiro, marcado nem de pessimismo e nem de otimismo, nem de desencanto e desilusão. Mas da vontade de fazer e trabalhar, da determinação de descobrir, de estudar, de trabalhar e de construir”.